Curso de Hermetismo Niilista

Venerável Academia de Filosofia Hermética 

Abertas as inscrições para a primeira turma de Primeira Câmara em Hermetismo Niilista da VAFH.

Início das aulas: março de 2024.

Inscrição no curso: vafh@proton.me

Venerável Academia de Filosofia Hermética - VAFH

A VAFH é uma organização místico-filosófica e semissecreta, com abordagem contemporânea, destinada ao estudo do Hermetismo Filosófico, do Niilismo e da Teoria das Pílulas, com ênfase na black pill.

O estudos da VAFH são classificados e organizados em Sete Câmaras, das quais Seis Câmaras são progressivas, cada uma das quais tendo a duração de doze meses, durante as quais centenas de aulas são enviadas, e uma Câmara é não progressiva, como estudos revisionais e complementares, de duração indefinida. 

A transmissão dos conteúdos herméticos da Academia está em consonância com o monismo e com o niilismo metafísico. As reuniões de estudo da Academia acontecem bimestralmente, às 19h, via internet. As atividades da VAFH são restritas aos seus membros. 

Blog oficial da VAFH:


A evolução do ego

JOSÉ LAÉRCIO DO EGITO - F.R.C.


" Mais vale uma hora de sábio
que a vida inteira de tolo ".
Adágio Popular

mundo imanente

Mundo Imanente
O ser em nível psico-emocional está constantemente sendo alvejado por inúmeros fatores externos no sentido dualístico, conforme a ilustração 3 e estabelecendo defesas-ego".

Existem muitos fatores que ameaçam o ser em seu nível psíquico e que não o lesionam fisicamente, mas que violam a integridade do "eu" defendido pela muralha do "ego". O "ego" funciona como um escudo que procura reter as injúrias psíquicas que possam ameaçar o "eu". Este pode perceber que está sendo alvejado, mas muitas vezes isto se passa de forma que a pessoa não percebe, mas mesmo assim ocorrem conseqüências sobre a sua integridade. Visando proteger o "eu" a mente constrói um sistema de mecanismos defensivos, desde simples modos de agir até outros altamente destrutivos, como estudaremos oportunamente.
O ser humano vive numa perene luta contra códigos, contra paradigmas, estabelecidos pelas religiões, pelo estado, pela família, e por ele próprio. Trata-se de um sistema de conceitos de errado e de certo; de pecado e de virtude, de mal e de bem. Tudo isto são apenas conceitos desde que na unicidade não há lugar tais coisas. Embora sejam convenções ainda assim, estas são a causa básica de todo o sentimento de culpa existente nos seres.

O que as religiões fazem no campo espiritual é idêntico ao que a Psicologia faz em nível de "ego". As religiões estabelecem códigos morais que visam convencer as pessoas a aceitá-los como "princípios divinos", como "desígnios", "desejos" ou "determinações de Deus", depois as induzem a se sentirem culpadas se não os obedecem, se cumprem ou não as determinações. Se a pessoa cumpre, ela não se sente em conflito, não haverá culpas e assim se sente espiritualmente em paz, portanto em um estado de "céu". Do contrário ela se sente em pecado, portanto num estado de "inferno". Assim vivem as pessoas, imersas em conceitos que geram culpa e culpa gera sofrimentos. A inobservância das normas morais gera o remorso, gera uma angústia por desobedecer àquilo que ela incorporou como certo. Mas, isto gera um tipo de angústia que pode ser chamada de "angústia secundária", diferente da "angústia existencial" que pode ser chamada de "angústia primária". Esta representa um estado muito mais profundo que não se baseia na desobediência a paradigmas constituídos, mas sim à ameaça induzida pela competição com os pretensos múltiplos "eus". Superar a angústia secundária é bem mais simples que superar a primária, pois para tanto basta obedecer aos códigos que a culpa cessa e com ela todas as conseqüências, mas o mesmo não acontece em se tratando da angústia existencial. A angústia secundária é estabelecida pelo sentimento de violação dos códigos vivenciais, portanto basta cumpri-los para que ela cesse assim também todas as suas conseqüências. Mas o mesmo não se pode dizer da angústia existencial, pois esta não se baseia em códigos violados, mas sim no arraigado conceito da dualidade. Assim sendo, somente com a libertação do conceito de dualismo existencial é que ela poderá ser aniquilada. Nisto consiste a libertação do ser, mas não basta aceitar teoricamente que a dualidade é uma ilusão, mas sim se sentir uno e isto corresponde aquele estado que as doutrinas orientais chamam de Nirvana.

A principal característica da ilusão da dualidade é o surgimento do "ego". Este, em grande parte, é construído basicamente por códigos aceitos, e isso é o que faz uma pessoa se sentir diferente das demais. O Eu é eterno, é único, está isento de sofrimentos, enquanto que o "ego" é efêmero, algo criado pela própria pessoa desde a sua primeira manifestação no mundo imanente. Grande parte da vida neste mundo imanente consiste numa perene luta de criar condições egóicas, de criar regras de conduta pessoais - códigos - e também de aceitar muitos que lhes são sugeridos ou impostos, ou de afastá-las e modificá-las. Isto constitui um processo muito difícil de se sair dele, o qual é chamado de "Roda da Vida" ou "Sansâra". Podemos dizer que o "ego" é parte essencial do Sansâra. Sem o "ego" não haveria individualidade alguma.

A psicologia clássica age da mesma forma que as religiões, ela faz a pessoa reconhecer os paradigmas ensinando-lhe métodos de convivência sem conflitos com eles. Conduz a pessoa a viver sem conflitos, reforçando a auto-imagem, mas sem visar o semelhante. Ensina o viver bem consigo mesmo estabelecendo métodos para a pessoa só ver a si mesmo, e não ter conflitos por tudo aquilo que possa infringir aos demais. Reforça o "ego" transformando-o em um rochedo; centraliza tudo na própria pessoa, o que representa um tremendo reforço da individualidade. Gera um "ego" tão sólido que a pessoa convive com o mundo sem conflitos, mas não diminui de forma alguma angústia existencial.

Com uma sólida estrutura egóica a pessoa deixa de sofrer porque cristaliza o problema em nível de "ego", assim os conflitos deixam de ser problemas, e como conseqüência a pessoa pode viver em paz, viver bem, mas não plenamente curado porque persiste em toda sua intensidade a angústia existencial, a Psora Latente. Tanto as religiões comuns quanto a psicologia, não levam a um estado de libertação daquilo que a Homeopatia chama de Psora Latente, pois na verdade elas acorrentam o ser uma condição irreal que é o "ego". Se alguém sofre por uma culpa a psicologia reforça o "ego" no sentido dela passar a aceitar aquilo como algo não conflitivo fazendo-a não se sentir culpada, portanto conseguindo viver relativamente bem, mas mesmo assim muito distante da libertação do estado de "angústia existencial".

As religiões, ao menos, induzem a pessoa viver sem conflitos e sem causar culpa nos demais, enquanto a psicologia isto não é levado em conta. Isto acontece porque a psicologia vê o mundo pessoal como "eu" e os "outros". Tenta eliminar o sofrimento do "eu" em detrimento dos "outros". Este é um lema da psicologia, mesmo que os psicólogos neguem-no: Viva bem consigo mesmo procurando resolver o seu próprio problema, não interessando os demais. Cada um é cada um. Viva bem consigo mesmo, e esqueça os outros, isto é o que a psicologia tradicional incentiva. Para ela cada um é cada um, o que vale é viver sem culpa, mas para isto faz uso do reforço do "ego", sem saber que isto é apenas uma ilusão. Isto acontece porque os próprios psicólogos, em sua grande maioria, vivem na ilusão da realidade do "ego, não percebendo que a pessoa é um fragmento de uma Consciência Maior. Sem esse conhecimento faz a pessoa continuar perdida no mundo fragmentário, estreito e limitado da Imanência, em vez de auxiliá-la a compreender que o "ego" individual não vai além de uma auto-imagem artificial.

Não toda a Psicologia, mas algumas linhas acreditam que o viver sem conflito é um estado de liberdade, não se dando conta porém de que este mundo dialético funciona num nível restrito, que a liberdade na imanência é semelhante a um prisioneiro que de adaptou à própria cela, onde por um determinado tempo não percebe que está vivendo num nível restrito, sendo por isto incapaz de assimilar a riqueza total de outras experiências existenciais "interiores" e "exteriores". São incontáveis os mecanismos sociais, morais, familiares, econômicos, institucionais, etc, que têm como objetivo fazer a pessoa viver bem através de uma cristalização do "ego".

O "ego" é algo que a pessoa acredita ser a sua própria natureza pessoal, esquecendo que se trata de um amontoado de conceitos individualizantes. A individualidade é o que há de mais marcante nas pessoas a nível se mundo imanente. É o "ego" que separa, que diferencia, que fragmenta, portanto que afasta o individuo da sua natureza essencial "una" que na verdade está representada pela expressão: "Os altos fins da existência". O mais elevado fim da existência é aniquilação da dualidade, o pleno retorno à origem, o que indica o "passar da posição de egoísta para o de altruísta" conforme se expressava o Mestre Thomas Pablo Paschero, eminente homeopata argentino. Vemos que é exatamente o "ego" quem mantém "samsara" citado pelas religiões védicas.

Para conseguir se sentir mais seguro como individualidade distinta a pessoa lança mão de uma série de mecanismos egóicos, de fórmulas através dos quais ela amplia a autoconfiança, mas cuja conseqüência direta é a ampliação da descontinuidade, o aumento da separação, e tudo isto é relegar a verdadeira natureza do ser "uno" a um plano de inexistência, não se importando com a problemática dos demais. Ao "eu" divisionário o que importa é ele se sentir bem a despeito das demais, a "parte" - pessoa - continuar acreditando ser uma entidade separada da Natureza Única.

Na verdade as religiões tendem configurar um estado altamente egóico, pois que agem protegendo a integridade do "eu" através do "ego" de uma forma bem peculiar. Mas, de um modo diferente daquele instituído pela psicologia. A esta só interessa o "eu" a despeito do "outro" enquanto que as religiões embora também considere o "eu" e o "outro" acrescentam um componente que chamam de altruísmo. Como disse Jesus "Amai ao teu próximo" essa expressão tem uma conotação plenamente dualista, diferindo da segunda parte quando complementa: "como a ti mesmo" cuja conotação é unista. Mesmo considerando o altruísmo, as religiões pregam o dualismo, pregam a separação afastando a pessoa da Realidade Única, tirando-a do caminho da libertação e orientando-a para o alvo da acomodação dualística.

É o estabelecimento do Princípio da Descontinuidade a origem do sofrimento oriundo da insegurança existencial como dualidade. Nesta condição o ser se sente desprotegido, vulnerável por todos dos lados levando-o a tentar inúmeras formas de preservação, modos para proteger a pseudo-idéia do "eu" individual, fortificando cada vez mais as qualidades que caracterizam o "ego" ao preço da ampliação da angústia primaria - angústia existencial - e da angústia secundária oriunda dos apegos.
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Introdução ao Princípio da Correspondência

 JOSÉ LAÉRCIO DO EGITO - F.R.C.


" O espírito nos une, o corpo nos separa".
Arthur Veloso


De todos os Princípios de Hermes este é o mais citado:

“O QUE ESTÁ EM CIMA É COMO O QUE ESTÁ EMBAIXO, E O QUE ESTÁ EMBAIXO É COMO O QUE ESTÁ EM CIMA”.

No Cosmo tudo o que existe em um nível tem o seu homólogo em outros níveis. Não existe algo isolado, fora ou dentro da creação.

A creação é uma objetivação da Mente Cósmica. O PODER SUPERIOR como ABSOLUTO não se polariza, ELE se projeta, se expande e a expansão corresponde precisamente a creação. Nisto reside ao primeiro nível de correspondência.
Tudo aquilo que existe na creação tem o seu homólogo em todos os planos superiores até mesmo na própria Mente Cósmica. Na Mente do Poder Superior já existe potencialmente, como idéia, todo o modelo da creação. Por mais amplo que seja um sistema, ou, por mais insignificante que seja uma determinada coisa, por certo ela tem correspondência com a MENTE CÓSMICA.

O universo com tudo aquilo que nele existe é uma projeção da MENTE DO Poder Creador é o lado descontinuo do continuo.

Dentro da creação quase tudo é vibração, o universo é vibratório, e à vibração está inerente à natureza sétupla expressa pela “Árvore da Vida”. Tal como na escala musical, são sete as notas possíveis, são apenas sete notas agrupadas em oitavas, mas isto não diz respeito somente às notas musicais, na verdade diz respeito à totalidade das vibrações – Teclado Cósmico.

Uma escala musical é composta por sete notas que se unem a uma compondo uma oitava que podem ser agrupar formando uma verdadeira escada.
No “Teclado Cósmico” cada da oitava pode constituir um mundo, um plano, uma coisa qualquer. Todas as formas existentes no universo sempre estão interligadas. A vibração é o que individualiza as coisas e a correspondência à união das coisas. As notas se repetem de oitava em oitava. Qualquer nota de uma oitava tem a sua correspondente nas demais oitavas.

Tudo pode ser representado pela “Árvore da Vida” e aquilo que contiver numa oitava tem correspondência nas demais oitavas que constituem a “Escada”.

Segundo as leis da mecânica ondulatória, qualquer nota ressoa ao longo de toda a escala segundo determinada relação. Isto é uma decorrência do Princípio da Correspondência. Na oitava de cima as notas se repetem, isto é, cada uma nota tem uma homóloga. Assim como é na oitava de baixo é também na oitava de cima, pois tudo apenas se repete em um outro nível.

Também a harmonia musical – vibratória – é uma decorrência do Princípio da Correspondência. Na escala das vibrações há notas ressonantes harmônicas e notas ressonantes desarmônicas.Isto é estudado na música. Sabe-se que existem notas que se combinam harmônicamente e notas que não se combinam harmonicamente. Por exemplo: as notas mi - sol - si formam um acorde harmônico; ré - fá – lá, outro. Vejam que as notas harmônicas estão em um mesmo pilar – lado – da “Árvore da Vida”, o que faz ver que a harmonia musical não ocorre por acaso.

Pela “Arvore” se pode ver que o dó inferior (Malkut) tem a sua réplica no início da oitava seguinte (Kether) portanto: “Assim como é em baixo é também em cima”. Se Malkut representar o homem material Kether representará Deus, portanto o homem de uma certa forma é a imagem de Deus.

Como temos mostrado em nossos temas, o universo é constituído por vibrações de um principio primordial - MA. As vibrações estão distribuídas numa escala colossal em que as oitavas se repetem numa imensa sucessão formando uma fantástica “escada”. As vibrações se apresentam formando tudo quanto há, constituindo não só as coisas materiais existentes como também outros planos distintos. Não se trata de uma escada linear, de uma escala simples, pois, como já dissemos em outras palestras cada nota de uma oitava pode se constituir por si mesmo uma oitava completa (Cada sephirah de uma “árvore” pode se constituir numa árvore secundária assim sucessivamente).

O Universo basicamente é constituído por três amplos planos que podem ser representados por “arvores da Vida”. Esses planos recebem denominações próprias em algumas doutrinas.

1 - ASTRAL INFERIOR; 2 - ASTRAL RESPLANDECENTE; 3 - ASTRAL SUPERIOR.
1 - GRANDE PLANO FÍSICO; 2 GRANDE PLANO MENTAL; 3 GRANDE PLANO ESPIRITUAL.
1 - BERIAH - 2 YETZIRAH - 3- ASSYAH.

Tudo o que existe num plano existe em um plano por correspondência também existe nos demais. Por exemplo: Tudo o que existe no Grande Plano Físico também existe no Grande Plano Mental e no Grande Plano Espiritua. A única diferença diz respeito apenas à “densidade”. Como os níveis de vibração diferem muito de um plano para outro, naturalmente a réplica de algo num plano superior apresenta-se com um aspecto bem mais atenuado que aquela do plano imediatamente inferior. Comparativamente se pode ver que uma estrutura material do mundo denso tem a sua réplica no plano astral mais tênue, por isso via de regra ela não é facilmente visível.

É o Princípio da Correspondência que permite se intervir sobre uma estrutura densa a partir da sua réplica no plano astral. Qualquer modificação que se processe em um plano se reflete em todos os demais, por isto se diz que qualquer ato afeta todo o universo. Muitos trabalhos de magia são praticados a partir de interferências nas réplicas do astral, tanto em um sentido quanto no outro.

Dizem as “lendas” e “mitos” dizem os duendes, as fadas, e outros elementais protegem a natureza. Na realidade eles são seres do plano astral e que suas ações ocorrem a partir das réplicas existentes naquele plano, portanto se trata de um processo baseado no Princípio da Correspondência.

O Princípio da Correspondência é função do efeito de ressonância inerente ao Princípio da Vibração. Quando uma corda de um piano é percutida provocando um som todas as notas correspondentes – ressonantes – também vibrarão e provocarão os sons correspondentes, mas, vale notar que a intensidade do som será progressivamente atenuada. A ressonância é tanto mais intensamente quanto mais próxima estiver da nota básica. Em um piano se uma tecla de um extremo for percutida fazendo vibrar uma corda, muitas outras cordas ao longo do teclado também vibrarão, porém os sons correspondentes serão tanto menos intensos quanto mais afastada for a corda em relação àquela que inicialmente percutida.

Todas as notas se desdobram em 7 outras e assim sucessivamente. O mesmo acontece não somente com as notas musicais, mas também com tudo o que vibra. Isto é o que permite que existam outros planos além deste que conhecemos e que é denominado de plano material. Assim, no plano da matéria podemos situar os reinos da natureza, sendo os três mais conhecidos: O reino mineral, o vegetal e o animal. Podemos afirmar que tal como esses reinos existem no mundo material eles têm replicas nos demais planos. O que estamos dizendo é significativo porque é importante a pessoa conhecer todos os seus harmônicos, quer nos reinos da natureza quer em todos os bipolo do universo.

Já dissemos em uma palestra anterior que muitas vezes a pessoa encontra uma plantinha pela qual sente uma grande atração por ela. Na realidade isto é a lei da correspondência. Muitas vezes uma pedrinha atrai a nossa atenção, pegamo-la e ficamos muito tempo com ela nas mãos e poderemos ter algum tipo de sensação. Isto é a lei da correspondência em ação. Quando assim acontece com grande intensidade que a sensação é prazerosa é bom que guardemos aquela pedrinha, até mesmo mantendo-a em contacto conosco, pois as vibrações dela podem nos harmonizar. Por outro lado se a sensação for de desconforto devemos nos livrar dela o mais breve possível.

A empatia, a atração entre pessoas, ou seja, a afinidade tem muito ver com o Princípio da Correspondência. O entendimento deste princípio facilita muito as coisas do dia a dia, pode condicionar um viver melhor. Pode condicionar uma união conjugal mais duradoura, pode condicionar uma vida mais feliz por se residir num lugar harmônico, etc.

Em um tema bem anterior, quando falamos da energia sutil, dissemos que se podem aumentar nossas reservas a partir de um vegetal, ou mesmo de um mineral. Falamos de um exercício que consiste em colocar a coluna vertebral em contacto com uma rocha, ou com uma árvore. Agora podemos acrescentar que o vegetal, ou a rocha, devem ser harmônicas com a pessoa.

No reino animal uma pessoa pode ter afinidade com algum animal em especial, mas às vezes é com uma espécie inteira. É comum algumas pessoas terem afinidades com determinado tipo de animal tais como gatos, enquanto outras terem com cachorros, outras com peixes, outras com determinados tipos de pássaros. O mesmo acontece com relação ao reino vegetal, existem lavradores que até mesmo não sabem o porquê de preferirem determinadas culturas independentemente do lado lucrativo. O mesmo se pode dizer da afinidade das pessoas com determinados minerais, especialmente com as pedras; uns ficam encantados com o rubi, outros com ametista, outro com água-marinha e assim por diante. Baseada nisto a pessoa deve procurar sempre que for possível se acercar das coisas afins, pois estas tendo ressonância harmônica com a pessoa, por certo lhe facilitam o viver.

A lei da correspondência é o resultado da ressonância vibratória, portanto é um princípio decorrente da vibração constitutiva do universo. Por esta razão não é fácil mudar o grau de afinidade entre pessoas e coisas, a não ser quando o adepto sabe como alterar temporariamente a sua vibração pessoal, pois somente assim ele pode manter a sintonia com coisas diferentes. Modificando a sua vibração básica ele passa a ser harmônico com outras freqüências que antes lhes eram desarmônicas.

  


O Princípio de Causa e Efeito

 JOSÉ LAÉRCIO DO EGITO - F.R.C.


" Dize, náo é mais belo o vasto
oceano que uma gota?"

Arthur Veloso


Dissemos que ao nível da CRIAÇÃO PRIMORDIAL que se manifesta em Kether há 3 leis e como conseqüência três níveis de complexidade.

Os 4 - “mundos” - estudados pela Cabala:
AZILUT = Nível da Emanação = 6 leis = 6 níveis de complexidade = 6 níveis de dificuldades.

BERIAH = Nível da Criação = 12 leis = 12 níveis de complexidade = 12 níveis de dificuldades.

YEZIRAH = Nível da Formação = 24 leis = 24 níveis de complexidade = 24 níveis de dificuldades.

ASIYAH = Nível da Manifestação = 48 leis = 48 níveis de complexidade = 48 níveis de dificuldades.

MUNDOS INFERIORES = 98 leis = 98 níveis de complexidade = 48 níveis de dificuldades.

Em decorrência da progressão crescente das leis e das conseqüentes dificuldades reside a razão pela qual é tão difícil se viver no mundo material. A pessoa está sujeita 48 leis, a 48 níveis de dificuldades. O que é ainda pior, as dificuldades não são lineares, elas se combinam.

O desenvolvimento espiritual torna-se mais fácil se a pessoa não somar dificuldades. Seja qual for o problema, a dificuldade está contida numa das 48 dificuldades básicas. Uma dificuldade sempre tem uma causa e por sua vez é sempre efeito de uma de uma outra dificuldade.

Se uma pessoa se encontra em uma dificuldade deve procurar resolve-la antes que surja uma segunda, uma terceira, e assim por diante, pois resultará um emaranhado tão grande que a pessoa nem sabe como começar a resolver os múltiplos problemas. Deve-se ter em mente que qualquer problema é sempre causa e o efeito serão outras dificuldades.
O que é em baixo é como o que é em cima, PRINCIPIO DA CORRESPONDÊNCIA, portanto o PRINCIPIO DE CAUSA E EFEITO, de uma certa forma, é decorrência da própria causa cósmica, como veremos a seguir.

Desde que se tenha em mente que há uma causa anterior até mesmo para a totalidade do Universo é fácil se entender que tudo que existe tem uma causa, que todas as coisas são NADA mais do que o efeito de alguma coisa preexistente. Portanto toda causa tem um efeito e todo o efeito tem sempre uma causa, eis um ciclo cósmico de existência.

Este princípio destrói toda a nossa idéia de que algo possa existir por acaso. O acaso não existe, sempre leis e princípios regem todas as manifestações. Sempre, por mais aleatório que algo pareça ser, na realidade houveram leis, houveram coisas que contribuíram para que tal ocorresse exatamente daquela forma e não de outra.

No Universo coisa alguma é criada, toda criação preexiste. Na realidade, no máximo, podemos dizer que na natureza NADA se cria, tudo se transforma como disse o sábio francês Lavoisier.

Nós, coisa alguma podemos criar, apenas, em casos bem especiais, nos é dado a capacidade de transformar e na maior parte das vezes a rigor nem mesmo transformações podemos fazer. No mais das vezes nem ao menos pode-se efetivar uma real transformação pois na realidade o que se efetiva é uma “extração” de algo de um outro algo preexistente. Pode-se fazer surgir algo mas que já está implícito em alguma coisa. Suponhamos que um escultor faça um estatueta de madeira. A rigor aquela estatueta não é uma criação, e nem mesmo uma transformação. Trata-se de uma extração porque ela materialmente já está contida na madeira de onde foi extraída segundo a idéia do escultor. Este não poderia criar se não houvesse a madeira e nem retira-la da madeira se não houvesse a idéia. Tudo no mundo, de uma certa forma, vem da mente, até mesmo o próprio universo.

A causa da estatueta existe tanto na madeira quanto na mente do escultor, sem essas duas coisas não haveria surgimento de estatueta alguma. Ela é um efeito que tem como causa a madeira e a idéia. A madeira por sua vez é um efeito que tem como causa os elementos que se estruturaram para originá-la. Por sua vez os elementos têm como causa a energia que se organizou segundo um padrão vibratório específico. A energia teve como fonte primordial o NADA. Vemos pois que tudo é efeito e é causa ao mesmo tempo constituindo uma manifestação cíclica. Os dois princípios estão explícitos, o de causa e efeito é o ciclo, acontecendo em decorrência da natureza descontinua do universo.

A tudo está ligado algo precedente, as coisas são como elos de uma corrente, sempre tem um precedente, causa , e um subsequente, efeito. Não há corrente se não existirem os eles em seqüência.

A LEI DE CAUSA E EFEITO se analisada isoladamente, a não existência do acaso, leva a pessoa à aceitação do fatalismo como algo inerente a tudo quanto há. Muitos estudiosos profanos dos Princípios Herméticos têm incidido nesse engano terrível no qual não recai o Iniciado.

É um engano que é capaz de levar à uma degeneração do caráter. Leva a pessoa a pensar assim: Se tudo é efeito de uma causa consequentemente não há em situação alguma culpabilidade. Se existe uma causa determinante, para tudo, se existe uma lei universal fazendo com que inexista efeito sem causa logo tudo aquilo que se venha cometer é o cumprimento de uma lei , é algo que decorre de uma causa determinante vice-versa. Estabelece-se assim um ciclo sem começo e sem fim dentro do qual a pessoa jamais seria culpada dos seus próprios atos, não existiriam culpas, erro algum em seja lá o que for culposo, haveria então um destino inexorável.

Agora voltamos ao exercício mental usado em outras palestras. Por mais remota que esteja efeito este poderá ser a causa de um outro mais distante ainda em ambos os sentidos, ainda haverá uma causa possível e, por mais que tentemos examinar um efeito ainda é possível ser este causa de um outro e assim sucessivamente assim vemos que o paradoxo de Zenão se faz presente.

A criação é o resultado da transformação da continuidade do NADA na descontinuidade das coisas criadas. Como analogia podemos dizer que a continuidade seria como uma peça de um dominó e a criação uma sucessão de peças colocadas de pé lado a lado. Derrubando-se uma peça isolada ela cai de uma vez, mas o mesmo não acontece quando se derruba uma que estiver colocada dentro da sucessão de peças. Nesta condição ocorre uma onda de transmissão de quedas, uma peça é causa da queda da seguinte e vice-versa versa. Uma é causa e outra efeito e vice versa.

O ciclo de causa / efeito por ser Cósmico está no Infinito, portanto a esse nível ele é imanifesto. A origem deste ciclo está no Infinito e como o Infinito está em toda parte e em todo tempo, existe consequentemente uma forma dele ser penetrado e assim ser rompido a continuidade perene.

O CICLO CAUSA / EFEITO EMBORA INFINITO É PENETRÁVEL. [1]

Temos mostrado que na origem de tudo está o querer, que o querer é a mais significativa das faces do PODER SUPERIOR que se nos apresenta. Temos dito que tudo se faz pelo querer, que até mesmo todo o Universo é um fruto do querer CÓSMICO. O QUERER - Principio Ativo do NADA (RA) - agiu sobre a essência primordial - Princípio Passivo, receptivo, do NADA ( Ma ) - fazendo-o vibrar, e a criação se fez.

Assim o QUERER gerou o ciclo CAUSA / EFEITO e só esse mesmo QUERER pode interrompe-lo, evidentemente. O QUERER é inerente à CONSCIÊNCIA , portanto ele querer está presente onde quer que a CONSCIÊNCIA esteja e assim sendo, embora o ciclo CAUSA / EFEITO seja um dos Princípios Cósmicos na criação, ele pode ser penetrado, pode ser detido pelo querer.

Só o QUERER, portando, pode anular ou modificar o determinismo, portanto o absoluto não existe. Existe sim o destino relativo e que nada mais é do que um aspecto do Principio de Causa / Efeito.

Como vimos, o querer é u o único poder capaz de penetrar os Princípios Cósmicos citados como PRINCÍPIOS HERMÉTICOS.



Notas:

[1] - O filósofo grego Zenão propôs o seguinte enigma: Uma corrida entre uma tartaruga e o maior corredor grego Aquiles. Dizia Zenão, coloque-se uma tartaruga à uma determinada distância na frente do corredor Aquiles. Suponham que num dado momento seja dado partida simultânea de uma corrida entre a tartaruga e Aquiles. Quando Aquiles chegasse no ponto em que a tartaruga estava no início da corrida esta, por mais lenta que fosse, já haveria se deslocado um tanto para diante, quando esse segundo ponto fosse atingido por Aquiles a tartaruga, evidentemente, já haveria se deslocado um tanto para diante e assim sucessivamente. Teoricamente jamais a tartaruga seria alcançada por Aquiles. A prática, porém, mostra que isso não é verdadeiro pois rapidamente Aquiles ultrapassaria a tartaruga. Como explicar esse paradoxo ? - O espaço, tal como ele se nos apresenta, é descontinuo, como descontinuo é tudo aquilo que existe no universo criado. Portanto, entre uma fração de descontinuidade do espaço e outra é que ocorres a ultrapassagem. Se o espaço dentro do universo fosse contínuo jamais Aquiles ultrapassaria a tartaruga porque sempre haveria um ponto mais adiante para a tartaruga, por menos que fosse esse espaço, até atingir o infinito.

Dentro de um conceito muito abstrato e sutil isto é verdadeiro. Ainda não podemos revelar, escrever neste nível pois trata-se de um conhecimento bem transcendental e de uma certa forma inefável.


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